A
violenta repressão da ditadura civil-militar no Brasil deixou heranças de dor
sobre toda a sociedade, tanto para os familiares e amigos quanto para os que
naquela época também conviveram com a repressão.
A mostra que ocorre
na Estação Pinacoteca de São Paulo busca através do registro, depoimentos e imagens, mostrar parte das conquistas alcançadas pelos familiares em busca
daqueles que ainda se mantém desaparecidos e também, da condenação dos agentes
públicos que à época cometeram diversos crimes.
Esses
familiares que desde a repressão, tentam de alguma forma trazer a lembrança e
resistência a tudo que foi dito, escrito, e até mesmo falado sobre tal assunto.
Mensagem na entrada da exposição |
Em 1979 Suzana Keniger Lisboa denuncia que localizou os restos mortais de seu marido (desaparecido político) Luis Eurico Tejera Lisboa enterrado com nome Falso no cemitério Dom Bosco em Perus. A partir daí, descobre-se um cemitério clandestino onde todos os corpos daqueles que morriam em tortura eram levados.
Nesse percurso da exposição, também são abordados todo o desenrolar a seguir perante jornais e entre os órgãos governamentais apresentando assim, a responsabilidade dos que praticaram os crimes durante o período da ditadura. Também são apresentadas as manifestações populares que ocorreram à época.
Nessa sala também havia telas interativas em que podíamos conhecer um pouco mais sobre a história da ditadura e ler algumas reportagens publicadas na época.
Um corredor frio, com pouca luz e som de vozes vinham num primeiro momento, adentrando pudemos sentir através das celas todo o sofrimento das pessoas que ali estiveram presas.
O Banho de Sol dos presos
Um corredor longo com escritos que mostravam que os presos apenas tinha uma hora por semana de banho de sol, e que eram monitorados por homens armados. As grades praticamente selavam toda e qualquer brecha evitando que os presos pudessem fugir. Algo terrivelmente assustador.
Sala com depoimentos de antigos presos |
Eram três celas expostas. A primeira tinha pouca luz, paredes riscadas com dizeres e datas de pessoas comuns que sofreram e que de algum modo não podiam expor ou exprimir o que sentiam, e por isso, riscavam as paredes Uma toalha velha e suja (com sangue) marcava o canto da cela. Um colchão e um travesseiro ficavam sob um chão frio e sujo. O banheiro igualmente sujo e rabiscado tornava o lugar ainda mais triste.
Fiquei chocada com o realismo e por estar dentro de um local onde toda aquela história da ditadura se passou. Fiquei muito envolvida com toda essa história que pouco tinha conhecimento, saber que houve e ainda existe uma luta para que esses crimes sejam punidos, até me deixa com uma sensação de dever cumprido quanto a minha função de cidadã.
Mais imagens sobre a exposição:
Banheiro
Banheiro |
Informações sobre o Memorial da Resistência Aqui
Oi Monalise, esse assunto sempre nos dá arrepio, mas quero parabenizar pelo novo blog, ficou lindo, abraços carinhosos
ResponderExcluirMaria Teresa
Menina,
ResponderExcluirMuito legal esse memorial, quando eu estiver em Sampa vou tentar dar um pulinho lá...com certeza, ainda tem muita coisa pra se "descobri" daqueles anos terríveis.
Beijos
OI Monalise, é triste ver que coisas como estas aconteceram e que como vc falou agente ainda não da valor ao que temos hoje, por mais triste que nosso pais ainda seja e que atrocidades ainda aconteçam temos que valorizar o status que chegamos e tentar não retroceder!!
ResponderExcluirVou tentar ir na exposição.
Bjs
Gélia