Hello pessoas, como estão?
Esses dias estava pensando em como a vida anda tão doida,
até desabafei um pouco nesse texto aqui,
e analisando mais profundamente
encontrei essa musica do Tiago Iorc chamada Desconstrução, que representa exatamente
na maternidade a nossa luta na criação dos nossos filhos nesse futuro
tecnológico. Abordo a construção textual a seguir como uma pequena análise,
espero que gostem.
Assista aqui o vídeo
clip
Desconstrução – Tiago Iorc
Quando se viu pela primeira vez
Na tela escura de seu celular
Saiu de cena pra poder entrar
E aliviar a sua timidez
Vestiu um ego que não satisfez
Dramatizou o vil da rotina
Como fosse dádiva divina
Queria só um pouco de atenção
Mas encontrou a própria solidão
Ela era só uma menina
Aqui falamos
de uma menina, porque ser mulher em um mundo tão preconceituoso está cada dia
mais complicado. Na terceira linha quando ele diz “Saiu de
cena pra poder entrar” é como se essa menina, ainda inocente descobrisse o
poder da sua imagem nas redes sociais, ela se isolou para entrar nesse mundo, para
sentir prazer, para ter atenção. A própria palavra menina simboliza inocência.
As próximas linhas só confirmam como ela se sentiu, o quanto ela
se perdeu, o quanto ela quis ser especial para alguém, ela até chegou a pensar
que essa vida social na internet era legal, fingindo ser alguém que ela não
era, mas logo a realidade que tinha fora do celular lhe consumiu, lhe tirou o
prazer.. “dramatizou o vil da rotina”...
Abrir os olhos não lhe satisfez
Entrou no escuro de seu celular
Correu pro espelho pra se maquiar
Pintou de dor a sua palidez
Enxergando sua realidade ela tentou se maquiar, tentou mudar algo externo, o
que tinha fora não a satisfazia, é como se os padrões estivessem consumindo seu
ego e quem ela era. “Pintou a dor da sua palidez’... Palidez representa aqui
uma pessoa fraca, doente.
E confiou sua primeira vez
No rastro de um pai que não via
Nem a própria mãe compreendia
No passatempo de prazeres vãos
Viu toda a graça escapar das mãos
E voltou pra casa tão vazia
E finalmente temos aqui a razão inicial de tudo isso, uma negligência
familiar! Um pai que não via uma mãe que não entendia... e essa bagunça toda
nunca teve uma organização, ninguém nunca deu atenção para o que a menina sentia.
A mãe e o pai não entendiam, mas também não procuravam entender.
Essa mesma menina tão inocente agora tinha prazeres, podemos
entender então que ela cresceu, e embora crescida, não sabia quem ela era. O
que gostava... “prazeres vãos”... Não se achando e diante de toda a confusão
interna ela ainda depois de tudo tentou voltar para seu ninho, para seu porto
seguro, para o lugar que ela tinha como segura, e ao se deparar ali onde era
seguro ela mesmo assim não se encontrava, é como se fosse estranho a ela estar
ali, naquela posição.
A palavra “primeira vez” representa aqui o primeiro ato sexual
na vida da pessoa e geralmente para a mulher tende a ser algo especial, romântico.
Romantizar o sexo é algo que as meninas fazem muito, é como entregar o símbolo da
sua pureza a alguém. Ela voltou para casa, mas o abandono parental e a falta de
relação entre pais e filhos eram enormes que ninguém percebeu, ninguém notou.
Ela não contou e ninguém perguntou.
Esse tipo de situação te soa estranho? Quantos pais fazem
isso... depois de um dia de trabalho voltam para casa e nem sequer olham para
seus filhos.
Amanheceu tão logo se desfez
Se abriu nos olhos de um celular
Aliviou a tela ao entrar
Tirou de cena toda a timidez
Alimentou as redes de nudez
Fantasiou o brio da rotina
Fez de sua pele sua sina
Se estilhaçou em cacos virtuais
Nas aparências todos tão iguais
Singularidades em ruína
Depois de “virar mulher” ela “alimentou as redes sociais com nudez’
com sensualidade, porque achou que o ato sexual a deixou mais madura, mais
cool, mas descolada. A sensualidade aqui tem o papel importante na vida dela. Mais
uma vez ela fantasiou e saiu da sua realidade para ir a outra vida que ela conhecia
muito bem, a virtual. Ali ela era um personagem, uma outra pessoa, talvez a ideal
e tida como padrão. Ela fez da sua sensualidade e do seu corpo o motivo para
ser admirada. Mas aquilo não a satisfazia, não a deixava feliz.
Quando saiu desse mundo virtual estava novamente na sua vida,
onde só existi dor, onde o ser sozinha pesava muito para ela, era triste, era
só.
Entrou no escuro de sua palidez
Estilhaçou seu corpo celular
Saiu de cena pra se aliviar
Como
disse, a palidez nesse caso significa doença, tristeza, e a palavra “escuro”
confirma.
Quando
ele diz “estilhaçou seu corpo celular” entendo que ela se fragmentou, se
quebrou, se perdeu. Aquela sanidade que vemos em toda a narrativa da música em
que essa menina tenta se encontrar agora acabou. Isso quer dizer que a essa
altura da sua vida ela não tinha mais nada a perder, mais nada a ganhar. Jogou
tudo pro ar, a vida perdeu o sentido.
Vestiu o drama uma última vez
Se liquidou em sua liquidez
Viralizou no cio da ruína
Ela era só uma menina
Talvez a família
achasse que ela fazia drama, e por isso “Vestiu o drama uma última vez”, ela
não tinha mais nada a perder. Entendo que nesse momento ela se matou, ou tentou
e a confirmação vem aqui “Se liquidou em sua liquidez”. Liquidez vem do verbo
liquidar, que por sua vez no verbo transitivo quer dizer matar. Ela acabou com
a sua dor.
Ninguém notou a sua depressão
Seguiu o bando a deslizar a mão
Para assegurar uma curtida
Talvez as redes apareçam aqui na palavra “bando” e “deslizar
a mão”. Quando tentamos ser igual a todo mundo, nunca seremos ninguém. As
mídias sociais estão presentes em nossa vida 24 horas, e elas podem nos trazer
sentimento bons ou ruins, e principalmente elas podem nos influenciar, nesse
caso, a menina se perdeu tentando ser quem ela não era, pra ter aceitação “curtida”.
O que
precisamos ensinar a nossos filhos é se conectar com quem eles são, se
respeitar, enquanto eles crescem cabe a nós mães darmos essa orientação e
direcionamento para que eles não se percam no meio do caminho.
E ai, me diz o que achou dessa análise por cima da letra
dessa música?
adorei o post, mt interessante sua interpretação da musica
ResponderExcluirwww.tofucolorido.com.br
www.facebook.com/blogtofucolorido
Mona
ResponderExcluirAmei a interpretação da música.. há musicas que nos diz tantas coisas e étão bom saber delas.
Obrigada por compartilhar.
Beijos,
Sheyla.