Sério gente, que
filme foi esse? Amei de uma tal maneira que queria pegar todo mundo pela mão e
levar pro cinema para assistir. Sério. Antes preciso avisar que em alguns
momentos darei spoillers, por isso, fica a teu critério continuar a leitura do
post ou não.
Quero falar aqui
sobre as duas experiências que tive no dia que fui ao cinema, uma delas é sobre
o filme e a outra, sobre minha luxação no pé. Pensei em fazer os assuntos em
posts diferentes, mas resolvi falar tudo de uma vez só.
Lady Gaga fez o papel
de Ally e Bradley de Jackson Maine. Ally é aquela típica moça cheia de sonhos e
que tenta a qualquer custo ganhar a vida de forma honesta, mas não abandona
seus sonhos, que no caso, é ser cantora.
Jackson é o cantor
que está em alta, tem uma voz incrivelmente espetacular, mas vive num mundo em
que realmente não queria estar. Enfrenta muitos demônios internos e o resultado
de tudo isso é o alcoolismo, uso de drogas além de uma vida completamente sem
graça. Além de tudo isso, ele convive com uma deficiência auditiva que vai se
agravando no decorrer do filme.
Certa noite, após sair
de um show ele decide parar em um bar para beber, chegando nesse bar encontra
Ally cantando, totalmente desfigurada por conta de sua performasse como drag. Entenda
desfigurada como mudança de sua aparência original.
Essa é a quarta
versão do filme Nasce uma estrela,
eu confesso que não conheço as outras versões, por isso me limitarei a falar somente
da que eu acompanhei.
Esse filme teve a
direção de Bradley, que ao mesmo tempo em que ele atuava como protagonista também
dirigia. Achei as cenas muito lindas e também as cores. Vimos cenas claras e
cenas em palcos e shows, sempre muito bem integradas e de forma que não ficasse
tão repetitivo ao telespectador. Emoções eram transparecidas a todo momento em
olhares e gestos. Por ter como protagonistas cantores, as músicas que compõem o
filme são incrivelmente lindas.
A minha música
preferida é Shallow, que foi escrita
especialmente para o filme. Em uma entrevista a uma radio da Inglaterra, Lady Gaga
afirmou que compôs a música com Mark Ronson, Andrew Wyatt e Antony Rossomando.
A música mostra duas pessoas conversando sobre chegar até o fundo do poço. Ela
foi lançada aqui no Brasil em setembro, antes do lançamento do filme.
Após idas e vindas de
Jackson, ele tenta continuar a relação, mas não é capaz de suportar todo o
sofrimento em que vem passando, tirando assim a própria vida. É triste, é esperado,
mas é real. Tem poucos dias que fiz uma
série de postagens aqui no Blog falando sobre suicídio, e analisando mais
profundamente, Jackson dá sinais de que vai se suicidar.
E já que o texto se
encaminhou para um lado mais DARK da coisa, quero falar sobre minha luxação do pé, adquira ao final da
sessão do filme Nasce uma estrela.
Humildemente após
terminar o filme, esperei as luzes se acenderem como de costume, mas não se ascenderam,
preocupada com o horário, pois já passava das 0h decidi me dirigir a porta da
saída, atitude normal.
Desci as escadas que
estavam com iluminação em alguns degraus até chegar o maldito ultimo degrau. Eu
estava me orientando pelas luzes já que estava tudo parcialmente escuro, foi
quando próximo a porta de saída de emergência (por onde conduziram todos que
estavam na sessão para a saída) o ultimo degrau não tinha iluminação, e
inocentemente achando que ali teria o termino da escada continuei a caminhar,
pensando que seria plano.
Depois meu amigo, o que
eu me lembro irei discorrer nessas poucas palavras.
Cenas que intercalavam
entre dor, alguém tirando minha sandália, tentando me sentar, cenas
escurecendo, ao fundo a música final do filme e meu marido tentando falar
comigo... tudo escureceu... cerca de 5 a seis minutos depois ouvi meu marido me
chamando, consegui vê-lo e nada do bombeiro chegar.
A dor foi tão forte e
intensa, que desmaiei novamente, meu marido me relatou depois que tive uma pequena
convulsão e foi nessa hora que o ouvi novamente, baixo e longe, me chamando.
Tentando me manter calma, pedindo que eu respirasse. Tudo escureceu
novamente...
Acordei com o
bombeiro me chamando, tentando fazer com que eu me sentasse, a dor era tão intensa
que eu não consiga me concentrar no que as pessoas estavam tentando falar. Foi uma experiencia terrível, jamais passei
por algo assim.
A cadeira de rodas
chegou... me levaram para a enfermagem - sem enfermeira - do shopping Itaquera,
o bombeiro a todo tempo se comunicava comigo e pediu para olhar meu pé, nessa
altura do campeonato, meu pé já tinha inchado e a dor não tinha diminuído. Então
já com consciência questionei se não iriam me levar para um hospital, foi então
que o bombeiro me informou que não havia ambulância disponível no shopping e
que o que eles poderiam fazer era chamar o SAMU, mas que ele já tinha tido a
experiencia que o SAMU demoraria no mínimo 2 horas para chegar.
Nesse momento, olhei
friamente nos olhos dele e entorpecida pela dor não pude me controlar, lágrimas
começaram a correr pelos meus olhos, e muitas ideias começaram a passar pela
minha cabeça, uma delas inclusive sobre o fato de que toda aquela situação era
bizarra e que como assim um shopping não
tinha uma ambulância para socorrer vítimas?
E olha que mesmo
estando com muita dor eu tinha plena consciência de que meu problema não era
tão grave assim, eu poderia simplesmente ter batido a cabeça em um dos degraus
da escada e ter tido um outro problema mais grave, e como eles iriam me
socorrer? Como seria? E se eu não pudesse esperar por duas horas? Toda essa
situação me veio a cabeça em um curto espaço de tempo. Imaginei os
trabalhadores que ali ficam após o horário de expediente, e se eles se acidentarem?
Quem vai socorrê-los?
Apesar de todo o
sofrimento - e de certa forma humilhante - que passei, meu marido se viu
obrigado a assinar um termo em que assumiu totalmente a responsabilidade pelo
que eu havia sofrido ali para me levar imediatamente ao hospital. Ainda por
cima, o bombeiro pediu que ele me deixasse em um canto enquanto pagava o
estacionamento. Que humilhação! A minha dor nada tinha importância? Fiquei tão
chateada e me sentindo tão impotente. Foi constrangedor, muito constrangedor.
Não irei me alongar sobre o tratamento no
hospital Planalto em SP, um hospital totalmente carente de estrutura, horrível.
12 dias é o tempo que preciso ficar em repouso para finalmente tirar o gesso do
pé, e ainda não sei se precisarei de sessões de fisioterapia para recuperar os
movimentos. Logo conto a vocês cenas dos capítulos dessa novela.
![]() |
Hospital Planalto em São Paulo, totalmente carente, sem estrutura, pisos quebrados dificultando a circulação com a cadeira de rodas. Abandono na rede pública de atendimento. |
Depois de 12 dias irei
atrás do responsável pelas salas de cinema do shopping para questionar sobre as
luzes de orientação dentro da sala do cinema. Veremos que resultados teremos.
Bom, é isso, sem
delongas.
Já tem roteiro para outro filme este acidente. Filme de terror.
ResponderExcluirNosssaaaaaaaa que horror seu pé!
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