E por isso vivem tão pouco; tão intervalado; tão débil.
Fora de nós é que talvez deixaram de viver, para o que se chama tempo.
E essa eternidade negativa não nos desola.
Pouco ou mal que eles vivam dentro de nós, é a vida não obstante.
E já não enfrentamos a morte, de sempre trazê-la conosco.
Mas, como estão longe, ao mesmo tempo que nossos atuais habitantes e nossos hóspedes e nossos tecidos e a circulação nossa!
A mais tênue forma exterior nos atinge.
O próximo existe, mas que oblíquos! e mesmo sorrindo, que disfarçados...
Há que renunciar a toda procura.
Não os encontraríamos, ao encontrá-los.
Ter e não ter em nós um vaso sagrado,
Um depósito e uma presença contínua,
Está é a nossa condição, enquanto,
Sem condição, transitamos
e julgamos amar
e calamo-nos.
Ou talvez existamos somente neles, que são omissos, e nossa existência,
apenas uma forma impura de silêncio, que preferiram.
Poema retirado do livro:
Antologia Poética
Editora Record
48 edição
2001
Carlos Drummond de Andrade
Oi querida, um ótimo final de semana pra você!
ResponderExcluirPassando pra conferir teus posts dessa semana...e pra avisar que tem post novo lá no meu blog, com um vídeo ensinando como parar de procrastinar! Passa lá pra ver!
Um beijão!
www.asosmamaenadia.com